Arauto, achei inconteste
Quatro quintos do que eu li.
Eu mesmo "nunca vesti
Essa roupa que tu veste".
Por mim, passaste no teste,
Fazendo "prosa poética".
Usaste a roupa da estética
Na métrica, ritmo e na rima.
Quando eu li, senti um clima
Com um vento de poesia.
Leve humor, prosa e alegria
Contagiaram teus versos.
Os que ficaram dispersos
Não distoaram do tema.
Ficou bem o estratagema
Da hipérbole ou exagero.
Escreveste com o esmero
Que fez do texto um poema.
Eu não vi nenhum problema,
Olhando a métrica quebrada,
Que a linguagem organizada
Vira um poema no texto.
A métrica é um cabresto
E a rima também nos prende.
E para onde uma pende,
A outra faz contrapeso.
A estrofe é um cesto coeso
De tranças bem costuradas.
E as palavras bem montadas
Dão impressão de harmonia.
Isso é bom para a Poesia
Que ama a simplicidade.
Depois a criatividade
Mexe um pouco na estrutura.
Uma nuvem de ternura
Solta pingos de beleza.
E a força da Natureza
Prende o laço criador.
Nessa hora, o trovador
Recebe a luxuosa Musa
Que, 'por cima da sua blusa,
Veste-lhe um terno a rigor".
Colorido ou incolor,
Foi um dos que ela te deu.
E "dessa roupa", nasceu
Teu poema em que me pauto
Para te chamar de Arauto
Dos Versos da Gratidão.
Com a tua imaginação
Pela voz da Inspiração,
És poeta culto e cauto.
Valdir Loureiro
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