Poemas da missão de governar

20/08/2019

Filho e mãe: ausência e último interstício

Eu te devo a minha vida
pois, do teu ventre, nasci.
Tenho a existência corrida
e ausente, não te esqueci.

Mesmo assim, não te assisti
com a devida obrigação
e faltei na ocasião
de socorrer ou ajudar.

Mas vou me recuperar,
dando-te agora a assistência
que não dei na minha ausência.
Então me torno incansável.

Em um esforço interminável,
faço qualquer sacrifício,
cumprindo o último interstício
para ser um filho amável.

O poema acima tem 16 versos divididos em 4 quartetos com rimas pobres (entre palavras da mesma classe gramatical) e alternadas (abab) e intercaladas (bccd deef fgge).

11/08/2019

Homenagem ao Dia dos Pais 2019

    Nota de empenho
Hoje é o Dia dos Pais
e eu estou muito empenhado
em saber o quanto é mais
que eu preciso ter cuidado.
Aos meus filhos, eu sou dado
para não lhes faltar nada.
Filho amado, filha amada:
todo amor de pai, eu tenho.
E desse jeito, eu me empenho
nesta data festejada.

    Coração combativo
    ou dever de combate
Hoje é o Dia dos Pais
e estou querendo saber
o que devo fazer mais
para cumprir meu dever.
Com os filhos, tenho de ser
paciente e compreensivo.
Dou graças, por estar vivo,
ao meu pai herói, também.
Pelos filhos, o pai tem
o coração combativo.

Mais poema de homenagem ao Dia dos Pais 
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04/08/2019

Não desperdiçar: guardar

Sete linhas
    Desperdiçado
Evitai o desperdício 
de água e pão na vossa casa,
exigindo sacrifício
no gasto que vos arrasa — 
porque, depois desse estrago,
só em sonho, tereis pago
a conta que o mesmo atrasa.

Poemeto
Não desperdiço recurso,
matéria nem alimento.

Guardo a sobra do sustento
para outro dia ou percurso;
a validade em decurso
diz o quanto é duradoura.

Também não sou quem estoura
dinheiro e louça guardada,
que eu já vi gente “estourada”
perder riqueza e mobília.

Por isso, faço vigília
em todo ralo de gasto
para ter um campo vasto
de casa, enfeite e família.

01/08/2019

Antevisão ou coincidência da cretinice

Diálogo
— Pronto, viandante: agora é só você atravessar a pista e esperar o ônibus, na sombra, que ainda pode passar um conhecido e lhe dá carona.
— Um conhecido ou amigo é capaz de fingir que não está me vendo e passar por cima de mim. Por isso, eu vou ter cuidado.

Poema à guisa de crônica
O viajante e os dois amigos que passaram:
Amigo Lata e amigo Latão (nomes fictícios)

Palavras do viajante

    1°) Cretinice em fuga
Um é filho, o outro é irmão
da Cretinice perversa —
com total desatenção
no silêncio e na conversa;
que foge ou que tergiversa
quando sai em disparada,
deixando um amigo na estrada
sem ao menos entender
como pôde acontecer
a fuga desembestada.

    2°) Parada e “vista grossa”
Quando, na pista, pararam
ao lado, no acostamento,
de frente, não me avistaram:
de pé, visível e atento
a um transporte no momento.
Seguiram rumo e destinos
quais dois parceiros cretinos
que receberam bons tratos
e agora causam impactos
de dois ferozes caninos.

    3°) Chofer Latão
"Latão" desviou a vista
para ver se vinha carro
e entrou correndo na pista,
queimando pneu no barro.
Mas não verá o escarro,
o escárnio que é merecido
ao mal agradecido.
Sou um amigo de nobreza, 
julgo o mau gesto ou fraqueza
a ser pesado e medido.

    4°) Passageiro Lata
"Lata" só gritou o meu nome...
Fiquei à beira da pista,
e a sua voz também some
com o veículo e o motorista.
Perdemo-nos, pois, de vista,
mas não perdi a esperança;
e outro automóvel avança,
para e oferece passagem;
então segui a viagem
com gente de confiança.

     5°) Contrapeso
Eles dois já foram fortes
e incapazes de deixar
um peregrino a penar
na estrada e sem transportes;
já livraram alguém das mortes,
que brigou e levou murros.
Dei "Adeus", não dou esturros;
e, tendo aborrecimento
“por causa de um coice ao vento,
não corto a perna dos burros”.

Face da cretinice externa e oculta > < Clicar Aqui.