Poemas da missão de governar

29/01/2021

Falando com a Solidão ou autorretratação?

A solidão foi personificada 
Por uma pessoa que a viu chorar, 
Que se chegou perto e foi recitar 
Uns poemas... cantou desafinada. 

Mesmo assim, viu a Solidão curada
E dançando ciranda com alegria. 

Mas algo indica que se confundia 
A tristeza das duas personagens, 
Que abriu vaga, sorrisos e passagens 
Para a felicidade ir entrando 
Pelo espelho onde se via, cantando 
A pessoa para a outra companheira. 

Ambas saíram da mesma canseira, 
Porque eram na verdade uma só, 
Que de si e da outra, sentia dó: 
Sua autocompanhia verdadeira. 

Alusão ao poema "Conversando com a solidão", de Karol Lynieh
Para ver o poema aludido, clicar abaixo e Abrir no Chrome:
https://www.recantodasletras.com.br/poesias-de-solidao/7171955

Chave da felicidade

A minha alma tem uma chave 
Que abre com facilidade 
Porta ou janela que entrave 
A minha felicidade.

Mais perto que longe, está; 
Mais "pré" do que "pós", 
será; 
Dá um tempo e a volta certa. 

Sonhando em paz, a sorrir, 
Querendo sempre evoluir, 
Do sono feliz, desperta. 

Amado Rei Salomão

Amado foi Salomão? 
Sábio e justo foi; pois bem: 
Será que deu o coração 
Para uma dama do harém? 
Se alguém tinha ou não cegueira,
Ele caiu na besteira 
De confiar em alguém?
                     Valdir Loureiro 

Alusão ao conteúdo abaixo. Clicar e Abrir no Chrome:
https://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/7162449

25/01/2021

Dançarinos no ar. Chuva com vento.

Procurei uma beleza 
Que junte a chuva com o vento. 
Nos dois, achei a frieza, 
Em vez do aquecimento. 
E o frio faz que se entrancem 
E entrelaçados, dancem 
Casados em movimento. 
               Valdir Loureiro

24/01/2021

Poesia e leitura

A paixão pela poesia/ 
É uma forma de expressão/ 
Que quebra a monotonia/ 
Da leitura em exaustão./ 
Decerto só não enjoa/ 
A leitura uma pessoa/ 
Que alimente essa paixão. 

22/01/2021

Domador de amigo onça

No meu círculo de amizade, 
Não é meu amigo mesmo 
Quem faz do outro um torresmo 
Na trempe da crueldade;
Que, na selva da maldade,  
Vira onça ou jacaré;
Devora amigo de fé 
Que lhe dá lucro e valor.
 
Com a ética de um lutador, 
Tomo a postura decente:
"Faço dessa onça gente",
Para ser seu domador. 
                
Valdir Loureiro

14/01/2021

Interseção de Jacó Filho

Forma-se uma interseção,  
Quando os gênios juntam brilho, 
Que o poeta Jacó Filho* 
Chama de "interação". 
Ele faz uma alusão 
à obra que deu por lida,
Ficando, assim, recebida 
Como, em réplica juntada, 
Uma faixa acumulada 
Da luz que foi refletida. 

*Escreve no Site Recanto das Letras. Clicar abaixo:

https://www.recantodasletras.com.br/poesias/7159344

             Valdir Loureiro

12/01/2021

Poético

Um poeta, eu quero ser;
uma estrofe, sempre esboço.
Com a poesia, eu adoço
um fel que deva beber.

Saga de escritor

Se um dia, eu não tiver mais
Quem leia meu folhetim,
Vou transferir meus postais
Do blogue para o jardim
E aviso aos meus murais:
"Vou escrever só pra mim".

11/01/2021

Universo sem ponta

Para não dizer que não
Estou escrevendo aqui,
Trouxe um guardado dali,
Fazendo a reposição.

Já prevendo a dispersão,
Juntei pontas, fiz as linhas
Unidas como um rosário. 
Vi dois vultos no cenário,
Paz e amor nas entrelinhas...
Sobraram só duas pontinhas
Para algum ponto disperso.
Mas a união das continhas 
do rosário tem bolinhas.
Não tem ponta esse universo.

09/01/2021

"Bom dia" com "Felizes Aniversários"

Arauto e Poeta e demais Mandatários 
Da minha presença na organização!
Alguns que fizeram seus aniversários 
E nem receberam a minha saudação!

Recebam agora a sinalização 
De que sigo firme aqui, nesta jornada.
Se formos fogueira, queimando e abrasada,
Eu sou um carvão que sempre se reacende.

No feixe, eu sou corda que amarre ou emende
Os paus da fogueira em contínua harmonia.
Aceitem, portanto, que eu diga "Bom dia!"
E um "Feliz Aniversário" aos patrícios 
Que já festejaram os dias natalícios!

E se, pelas datas, "eu passei batido",
Garanto que nenhum será esquecido
E que os meus fogos não são de artifícios.

Valdir Loureiro

07/01/2021

Política: concordância, poder e consciência

        1- Concordância
Concordo com um homem bom
Em ter calma ou ser prudente.
E acrescento em alto som
Que, em eleição, há serpente.
E de acordo com a pendenga, 
"A cobra fuma em uma quenga",
Querendo picar a gente.

        2- Poder:
Um político tem poder
Do tamanho que queria
E ganha uma hegemonia
Que, depois, vem a perder.
É comum acontecer
Nos reinos palacianos
Que "não passa de vinte anos"
A permanência em um trono,
E toma posse outro dono,
Brigando com os soberanos.

        3- Consciência:
Eu não devo criticar
Um amante da Política 
Que tem consciência crítica 
Para eleger-se e votar.
"A arte de governar
Para o bem de uma nação" 
É ótima definição 
Que um homem de bem daria
Para uma democracia,
A cidade e o cidadão.

Valdir Loureiro

04/01/2021

Avião da vida

A vida passa ligeiro
Como um avião veloz,
E eu sou seu passageiro
Obediente à sua voz.

Mas ah se o avião tivesse
Velocidade que desse
A de um pássaro albatroz!

Valdir Loureiro

03/01/2021

Trio poético

Meus Leitores de jornada,
Bom dia, boa tarde e boa noite!
Corri a vista apressada 
No ar, sem ver quem se afoite.
E agora lhes vou enviar 
O que me veio inspirar
Hoje, depois do pernoite.

Não chega a ser coisa séria,
Também não é diversão;
Tem uma veia ou artéria 
De beleza e criação.
Como anoiteci eufórico,
Quis me passar por teórico 
De uma tríade em expansão.

    1) "Bola da vez"
Arauto, valeu por três
Esse poema que fizeste!
O primeiro foi um teste;
Foi esse "a bola da vez".

Podes continuar "jogando",
Que, ao público, vais agradando:
Grego, troiano e burguês...

     2) Hora oportuna
De bom para ótimo, agora,
Não te pergunto mais nada:
Por que ficavas de fora,
Ouvindo e com a voz calada...

Chegaste na hora certa:
Quando a porta estava aberta
E a casa, toda arrumada.

     3) Trio formado
Formou-se uma trilogia:
Poeta, Arauto e Loureiro,
Tropa em marcha, com um guia, 
Sem banda e sem corneteiro.

O Poeta é o comandante,
O Arauto é o estreante
E eu sou mais um mosqueteiro.

     4) "Licença poética"
Não marchamos só na sede.
A poesia não é hermética:
Tem uma licença poética
Pela qual a regra cede;

A espada é um espadim,
A estopa é um estopim
E o peso também se mede.

     5) Linha temática
Eis a triangulação:
Tu és leveza e alegria?
O Poeta é paz e harmonia?
Eu sou crítica e digressão?

Cada qual tem um sensor
Para olhar o indicador
E ajustar a dispersão.

     6) Ordem aforística
"Uma andorinha só
(voa, mas) não faz verão."
"Dois pra lá, dois pra cá": Oh
Que monótono "baião"...!

O três não tem só mais um:
Tem somatório incomum
Nessa nossa ordenação.

     7) Público leitor
Nosso leitor é seleto,
Mesmo com amistosidade.
Ri, aplaude, faz um veto,
Fica na neutralidade.

E parece que ele gosta
De uma temática composta:
Trono, altar, saga e saudade.

Valdir Loureiro

02/01/2021

Fato contra "fake"

Dou razão no meu croqui
À pessoa que reclama
De quem solta ou esparrama
"Fake News" aqui e ali...

Guardasse só para si
Notícia falsa ou boato.
Só divulgasse algum fato
Ou episódio verdadeiro.

Dissesse por derradeiro
Que a fonte não é confiável,
Como faz assim, louvável,
O site da Wikipédia.

Eu botava a mão na rédea
Da verdade e da mentira,
"'Perna curta' que conspira
Sob o tronco da verdade".

Eu tenho a celeridade 
Do tempo, a qual me corrói.
Se a veracidade dói,
Não é mentira que a cura.

E se um leitor não depura
Uma informação que lê,
Não é cego nem quer vê 
"Ponto cego" na leitura.

Valdir Loureiro