Poemas da missão de governar

11/04/2020

Escritor vigiado e vigilante

        1)  Vigiado pelo suspeito
Quem escreve é, talvez, policiado,
inclusive por quem se incomoda
com "ensaio do qual está na roda"
sobre um tema polêmico abordado.

Outro que se sentir prejudicado,
no alto grau de melindre que detém,
é capaz de mandar perseguir quem
discorreu por direito e com razão.

Tais suspeitos são de perseguição
como prática usual do invejoso,
do cretino, infeliz ou poderoso
que se acha ameaçado, sem ser!

        2) Vigilante na controvérsia
No meu rol de escritor, costumo erguer
um aviso amarelo bem aceso,
alertando o meu senso de escrever,
com um visor de tirar medida e peso
das palavras que o texto vai dizer
no teor controverso, mas coeso.

Um recurso não me deixa surpreso,
mas ninguém tem razão de recorrer.
Bem assim, vou passando sempre ileso,
perto e longe de quem se ofender.

Nota: o poema acima foi feito com versos decassílabos (10 sílabas métricas), rimas intercaladas (ABBA...) e alternadas (ABAB...).

Nenhum comentário:

Postar um comentário