Meus Leitores de jornada,
Bom dia, boa tarde e boa noite!
Corri a vista apressada
No ar, sem ver quem se afoite.
E agora lhes vou enviar
O que me veio inspirar
Hoje, depois do pernoite.
Não chega a ser coisa séria,
Também não é diversão;
Tem uma veia ou artéria
De beleza e criação.
Como anoiteci eufórico,
Quis me passar por teórico
De uma tríade em expansão.
1) "Bola da vez"
Arauto, valeu por três
Esse poema que fizeste!
O primeiro foi um teste;
Foi esse "a bola da vez".
Podes continuar "jogando",
Que, ao público, vais agradando:
Grego, troiano e burguês...
2) Hora oportuna
De bom para ótimo, agora,
Não te pergunto mais nada:
Por que ficavas de fora,
Ouvindo e com a voz calada...
Chegaste na hora certa:
Quando a porta estava aberta
E a casa, toda arrumada.
3) Trio formado
Formou-se uma trilogia:
Poeta, Arauto e Loureiro,
Tropa em marcha, com um guia,
Sem banda e sem corneteiro.
O Poeta é o comandante,
O Arauto é o estreante
E eu sou mais um mosqueteiro.
4) "Licença poética"
Não marchamos só na sede.
A poesia não é hermética:
Tem uma licença poética
Pela qual a regra cede;
A espada é um espadim,
A estopa é um estopim
E o peso também se mede.
5) Linha temática
Eis a triangulação:
Tu és leveza e alegria?
O Poeta é paz e harmonia?
Eu sou crítica e digressão?
Cada qual tem um sensor
Para olhar o indicador
E ajustar a dispersão.
6) Ordem aforística
"Uma andorinha só
(voa, mas) não faz verão."
"Dois pra lá, dois pra cá": Oh
Que monótono "baião"...!
O três não tem só mais um:
Tem somatório incomum
Nessa nossa ordenação.
7) Público leitor
Nosso leitor é seleto,
Mesmo com amistosidade.
Ri, aplaude, faz um veto,
Fica na neutralidade.
E parece que ele gosta
De uma temática composta:
Trono, altar, saga e saudade.
Valdir Loureiro